Trajetória de uma jovem promessa

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Thiago Rockenbach da Silva, 22 anos, jogador profissional de futebol. Começou sua carreira nas categorias de base do Marcílio Dias (SC), teve passagens pela base do Guarani (SP) e também no Internacional (RS), até um empresário leva-lo para fora do Brasil. Essa história é apenas mais uma, das tantas que acontecem por esse “Brasilzão” a fora.

Aos 16 anos, ele teve a oportunidade que muitos jogadores sonham: ir para a Europa. Seu destino? A gelada Alemanha. Thiago esteve em uma função de ir e vir, do Brasil para a Alemanha, até completar sua maior idade e, aí sim, ficar definitivamente na Europa. Mas, quem pensa que ele partiu para lá já acertado com algum time, se engana.

O jovem brasileiro fez testes no Hamburgo (ALE) e no Benfica (POR). Thiago me relatou que, na terra dos nossos patrícios, ele fez um gol digno de craque. Não lembro ao certo, se foi em um jogo amistoso ou treino. Alçaram uma bola na área, da direita para a esquerda, e como se fosse a jogada mais simples do mundo, Thiago fez um gol dos mais belos gols que se pode fazer no futebol. Acertou uma linda bicicleta, sendo aplaudido de pé pelos sócios do clube que assistiam o jogo.

Para os portugueses era espantoso, um menino de 16 anos fazer um gol desse nível. Para mim não foi novidade alguma, pois já vi Thiago fazer coisas com a bola que até Deus duvida.

Mas, Thiago não ficou em Portugal. O motivo, talvez tenha sido a burocracia de lidar com o excesso de estrangeiros no time de base, não sei ao certo. O importante é que ele voltou para a gélida Alemanha, e fechou contrato com um outro clube que surgira em seu caminho, o Werder Bremen.

Já com 18 anos e apto a jogar, começou a disputar campeonatos pelo time de base do Werder. A cada partida, ele mostrava o seu talento. Artilheiro do time e várias vezes eleito o craque das rodadas, Thiago fez com que os alemães começassem a olhá-lo de outra maneira. Queriam que se naturalizasse alemão.  Ele chegou a ser convidado a juntar-se a seleção de base do país. Mas recusou o convite de naturalizar-se, com certeza pelo sonho de defender o Brasil algum dia.

Após quatro anos de contrato com o Werder, cansado de esperar a profissionalização, já demonstrado dentro de campo tudo que podia, ele resolveu não renovar contrato e acertou com o FC Rot-Weiß Erfurt, time da terceira divisão alemã. Acredito que, o fato dele ter recusado a naturalização, pesou, na hora do Werder Bremen profissionaliza-lo.

A iniciativa de acertar com um clube de terceira divisão foi mais lucrativa do que ele poderia imaginar. Não só pelo lado financeiro, mas pelo lado profissional. Ele chegou ao novo clube com status de estrela, ganhou a camisa 10 e a faixa de capitão da equipe. E em apenas seis meses já virou ídolo. Marcou vários gols e é o principal destaque do elenco.

Thiago saiu prodígio do Brasil. E hoje na Alemanha, é promessa. Promessa de ser um grande craque mundial. Mais isso, eu sempre avisei que ele seria, que dou minha cara a tampa se ele não chegar na seleção. Essa seleção que conta e já contou, com jogadores apelidados por torcedores como:         Ronaldo Fenômeno, Adriano Imperador, Denílson Show Man, Ronaldinho Gaúcho o mágico, e eu chamaria Thiago de “O impossível”. De tanto eu ouvir as pessoas dizerem quando vêem ele jogar: “Isso é impossível”.

Porque, depois do gol mais belo que eu vi Thiago fazer, eu tenho certeza que se existe alguma coisa impossível de fazer com a bola, ele faz. Foi em um campeonato de areia na praia central de Balneário Camboriú. Eu estava lá assistindo um jogo dele, quando de repente em um lampejo de craque, o impossível aconteceu. Lançaram uma bola em sua direção e, sem deixar cair no chão, ele matou a bola no peito, deu um lençol no primeiro zagueiro, o outro defensor tentou interceptar e acabou levando um chapéu, o goleiro saiu do gol desesperado, predestinado a participar dessa obra de arte, levou o terceiro e último chapéu da jogada que resultou em gol. Três chapéus sem deixar a bola cair, concluindo em gol, esse foi o dia que eu disse: “Isso é impossível”.

Rockenbach da Silva para os alemães, Thiago Madeira para os amigos e, para mim, simplesmente Porco.

By Vitrola

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